Refletir sobre a vida, sobre o comportamento humano e, principalmente, suas consequências é uma das grandes paixões da minha vida. Sim, está mais do que na cara que atrás dessa tela existe uma pessoa complexa, que ama filosofar e buscar, a todo momento, mensagens que sejam estímulos para uma reflexão mais profunda aos internautas que lêem meus posts. Just it.
Por isso, como não poderia deixar de ser, compartilho com vocês uma dessas mensagens : "Quase", que acabei de achar na internet, e que nos modifica a cada frase lida. Será que você não viveu até hoje muitos "quase"(s)  na sua vida e não é a hora de viver os "finalmente!" (s)?

Quase


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Sarah Westphal)

Em meio às minhas reflexões sobre a vida e sobre o meu caminho, lembrei de uma música da ex-dupla Sandy & Junior: "Olha o que o amor me faz".  Eu nunca havia prestado atenção na letra e hoje ela veio nítida em minha mente. Como se eu pudesse pará-la no rádio invisível do meu subconsciente e pudesse analisar frase por frase. E eu analisaria da seguinte forma tais insights: talvez seja a nossa eterna insegurança em amarmos e sermos amados. Talvez seja a insegurança de experiências negativas já vividas. Talvez, seja o início de uma linda história. Talvez sim, talvez não.

Neste final de semana passei por uma experiência interessante. Trabalhei 3 dias em um acampamento católico, no interior de São Paulo. Logo que cheguei, fiquei impressionada com a imensidão da coisa: mais de 100 mil pessoas no local. Eram caravanas e mais caravanas que não paravam de chegar. Pessoas de diversas idades e de diferentes regiões do país. E até mesmo de outros países.

Grupos de amigos, grupos de famílias. E todos movidos por um único ideal: o aprendizado e a aproximação a Deus para viverem uma vida mais santa. Eu fiquei ali, observando todos e tudo. E as cenas das pregações realmente me impressionaram demais: um local imenso, como se fosse um ginásio coberto, lotado de gente. Muitos jovens, que ficavam ali por, no mínimo, duas horas ouvindo a pregação de apenas uma pessoa. Claro, uma pregação com muita música para manter a atenção das tantas milhares de pessoas ali no local.
Pessoas louvando e adorando Deus, chorando, emocionadas por estarem ali.

Não sou católica, não tenho religião. Costumo dizer que a minha religião é a que eu criei para mim - conheci diversas e, de cada uma, tirei o que foi positivo para a minha vida. Porém, não posso negar que nesse acampamento uma energia muito forte emanava ali do local. E, mesmo sem querer, foi se infiltrando na alma de todos que ali estavam presentes.

Senti uma emoção que não sei explicar. Por divesas vezes engoli o choro. Olhei para os lados para não deixar as lágrimas caírem. Afinal, estava a trabalho e tinha que manter minha postura. Mas foi difícil não  me envolver diante de cenas que nunca tinha visto: jovens abraçando os missionários, ouvindo uma linguagem "dos anjos" e caindo aos prantos. Meninos adolescentes, com aquela cara de badboy, não seguravam a emoção e choravam de verdade, feito crianças. Como se fosse um momento único de lavar a alma e, claro, o coração.

Tá certo que não posso ver ninguém chorar na minha frente que eu não aguento. Mas ver tanta determinação nesses jovens, saber que estavam ali por um ideal e que, sem se preocupar com ninguém, deixavam suas emoções se manifestarem, realmente mexeu comigo. À noite, a chácara permanecia lotada de gente, porque a programação era bem diversificada: shows de cantores católicos, campeonatos de hiphop, luau. Eu não consegui participar das atividades noturnas, porque tinha que dormir para enfrentar o dia seguinte de trabalho com a imprensa. Mas, durante as noites que caminhei na chácara, ora pra comer algo de janta, ou apenas andando antes de voltar pra casa onde eu estava hospedada, posso dizer que eu não estava sozinha.
Não sei explicar o que e quem estava comigo. Não sei dizer se era realmente Deus. Mas só sei dizer que a força daquele lugar era muito forte.. um local repleto de imagens gigantes de Nossa Senhora ou de Jesus, que, à noite, ficavam iluminadas. Era muito bonito de ver e parecia que as imagens falavam comigo. Como se me disessem: calma, estamos aqui com você, não se sinta só.

Refleti sobre várias coisas da minha vida. Senti falta de ter gente para conversar comigo e dividir as experiências que estava passando ali (afinal, depois do trabalho, cada um da equipe se retirava. Eu, para a casa onde estava hospedada. Os outros, para suas casas, na cidade). Senti vontade de chorar, mas segurei. Hoje, na hora de ir embora, uma das pessoas da equipe me falou que "Deus havia me escolhido" para ir para o evento trabalhar, que um propósito Ele tinha comigo. Concordei, agradeci e me retirei rapidamente, com medo de não conseguir segurar as lágrimas a tempo. O motivo de eu ter vivido essa experiência, ainda estou por descobrir. Mas que algo mudou dentro de mim, isso com certeza.

Cada vez mais eu chego à conclusão de que em um futuro próximo seremos uma população de solteiros. E a insegurança é e será a grande vilã desse novo cenário que acredito que será concretizado em breve. É impressionante como, por medo, deixamos de investir em alguém legal. E cansei de ouvir das pessoas - e de diversas idades - que quando começam a notar que estão se envolvendo, sentindo que estão se apaixonando, aí decidem "cair fora" da relação.

Parece um tanto ilógico e até burrice - eu diria - porém, acredito que grande parte das pessoas nem sabe que o "jeito desencanado" é, na verdade, autoproteção. Medo de sofrer, medo de vivenciarem momentos difíceis no passado. Mas, eu pergunto: e aí, vai deixar uma oportunidade bacana passar pela sua vida, como um punhado de areia que escorre das nossas mãos quando uma ventania nos pega de surpresa?
Por que as pessoas fogem tanto do sentimento mais lindo que existe, que é sentir o amor? Por que será que não nos permitimos amar uns aos outros? Que poder é esse que a insegurança tem de bloquear a nossa razão de viver aqui na Terra?

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