É tão engraçado como, ao longo dos anos, perdemos nosso poder de sonhar. Parece que cada desejo e cada sonho imaginados na infância e adolescência vão sendo deixados - aos pouquinhos - em nossa caminhada. Vamos, a cada esquina, deixando-os para trás e substituindo-os por preocupações.

Vamos minando a nossa mente criativa, que, com medo de nos decepcionar e cansada de ir contra as ordens constantens vindas dos nossos pensamentos mais negativos, vai deixando de existir. É como se a nossa criatividade fosse sendo também esquecida, juntamente com a nossa alegria que tínhamos na infância, quando apenas o movimentar das mãos sob um raio de sol era o suficiente para alegrar o nosso dia. Em menos de alguns segundos, com os nossos dedos "transformados pelas nossas mentes" em bocas de jacarés, pintinhos, deixamos a nossa imaginação voar. E voar tão alto que além do pequeno jacaré, já imaginamos o seu mais potente inimigo: o homem caçador, prestes a dar um bote em sua presa.

E assim, ao passar dos anos, o homem caçador, o jacaré e sua bocona também vão sumindo e colocados em um lugarzinho da nossa mente chamado de "baú". Aquela caixa imensa, onde deixamos para trás todas as nossas lembranças sendo empoeiradas. Mas, ainda ao nosso alcance, para a qualquer momento de nostalgia podermos abri-la novamente e relembrar com carinho o nosso passado.

Mas e se pudessemos manter em nossa mente um espaço para a criatividade e a imaginação? E se fosse um espaço bem maior do que o que reservamos para as chateações, insatisfações e angústias? Será que a nossa mente, livre e solta para sonhar, não poderia ser o nosso meio de resolver o "lado de lá do cérebro", onde se acumulam as coisas negativas?

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